Entrevista

 

Entrevista com   Jorge Ruivo
“Portugais et population   d’origine portugaise”

Um livro de Jorge Ruivo que apresenta e   analisa a imigração portuguesa em França desde os anos 60 até hoje, com base nos   recenseamentos e estudos estatísticos.

Biografia
Né le 21 mars 1967 à Cartaria - au Portugal - il est arrivé en France très jeune (à l’âge de deux ans), et y a fait toute sa scolarité. A l’issu de son parcours universitaire il obtient un diplôme de Maîtrise d’économie internationale à l’Université Panthéon-Sorbonne à Paris et un diplôme de troisième cycle d’économie européenne à l’Université Paris-Nord. Préoccupé par l’image du Portugal et des portugais en France, il s’implique dans un projet associatif qui lui permet d’agir afin d’essayer de commencer à faire évoluer les clichés. Parallèlement à son activité professionnelle il reste toujours attentif aux activités et à l’évolution de la communauté portugaise de France.

Informações :
http://jorgeruivo.free.fr/


Qual é o público-alvo do seu livro ?

Apesar do livro ter um grande número de dados estatísticos, este não é um livro científico. O livro pretende fazer um apanhado da evolução da emigração portuguesa durante os últimos quarenta anos isto sob o aspecto estatístico (censos, localização, origens, vida social e profissional,...) analisando os dados sobre um outro ponto de vista salientando algumas particularidades próprias à comunidade portuguesa de França. Sendo assim, os primeiros interessados pelo livro são, sem dúvidas, os portugueses e descendentes de Portugueses em França. Os emigrantes portugueses, em geral, não tem forçosamente uma visão global da situação da comunidade neste país. O livro permite saber que em geral o emigrante português é cada vez mais proprietário da sua habitação, que as segundas gerações fizeram poucos estudos mas que conseguiram subir um pouco na escala social, que apesar de existir ainda fortes ligações com Portugal os jovens casam cada vez mais com franceses(as), que os emigrantes de França continuam a ser a comunidade que mais transfere dinheiro para Portugal,... O livro, segundo algumas informações, também interessa franceses que tem um bom relacionamento com os portugueses de França e que desejam obter uma importação mais genérica.

Qual é o objectivo do autor ?

Não foi apenas um. Foram vários. Um deles foi de realizar um documento que nunca tinha sido feito sob esta forma. Também foi para escrever sobre a comunidade portuguesa de França sob ponto de vista digamos mais “positivo” do que o que tinha sido feito até hoje. A imagem que tem, ainda hoje, a primeira geração presente em França continua de ser a do marido que trabalha na construção civil e a esposa na limpeza de casa. Mas ninguém fala do que esse casal conseguiu construir em França à força de muito trabalho e de uma coragem fora do comum (salários, casa em França, casa em Portugal...). Será que os franceses conhecem esta realidade ? Se a conhecessem as coisas provavelmente mudariam “um pouco”. Fazer evoluir as mentalidades é um trabalho de fundo de necessita muito tempo, muito trabalho e a boa vontade ... de todos nós !

Como e quem financiou a edição ?

A edição não teve nenhum financiamento. Foi apenas um contrato assinado com a editora que, após ter lido o trabalho, aceitou de publicar o livro tomando a seu cargo o risco financeiro.

Quais foram as principais fontes de referência ?

As fontes principais francesas de estatística foram os censos do INSEE (Instituto Nacional de Estatística Francês) e o INED (Instituto Nacional de Demografia Francês) em particular o estudo MGIS (Mobilité Géographique et Insertion Sociale) publicado em 1995 que foi um estudo que incluía muitos pormenores sobre as comunidades estrangeiras radicadas em França. A fonte estatística portuguesa foi o INE - Instituto Nacional de Estatística. Foram, naturalmente, utilizados uma série de documentos e livros tanto de autores franceses como portugueses.

Principais dificuldades para obter informação ?

Não tive dificuldades particulares em obter essas informações devido, principalmente, a um bom contacto no INSEE.

Pensa que as mesmas conclusões se podem aplicar a outras comunidades portuguesas residentes noutros países (diferenças Europa/América do Norte e Sul/África) ?

Não. Se bem que a diminuição do número de casos de emigração é uma realidade para todos os países que acolhem os emigrantes portugueses, a emigração portuguesa parece ter características bastante diferentes consoante os país de destino. É me difícil falar de comparar com outros países visto que não foi um tema desenvolvido no livro. No entanto, penso que se observamos a emigração norte-americana e a europeia, podemos distinguir alguns pontos de divergência entre outros a concentração (mais concentrados na América mais dispersos na Europa) ou a ligação a Portugal (Viagens a Portugal mais frequentes para os emigrantes portugueses da Europa muito menos para os da América).

Que se pode fazer - além do seu livro - para alterarem os “clichés” ?

Como disse, é um trabalho de fundo de demora muito tempo mas mais que tudo necessita do apoio de todos. Como todos sabem a criticar por criticar é fácil e sem inte-resse. Seria, sem dúvida, muito mais construtivo criticar para melhorar. Mas o melhor seria de apoiar para melhorar. Apoiar as iniciativas que dão voz à nossa comunidade. Aquelas que contribuem corrigir esses “clichés” como : Divulgar os casos de sucesso na comunidade quer em termos pessoais, profissionais, sociais ou culturais. Naturalmente isto é, por parte, da responsabilidade da imprensa e dos diversos meios de comunicação (rádio, Internet,..) mas também de algumas personalidades públicas que tem impacto junto da comunidade francesa civil ou política. É necessário alguma solidariedade entre todos aqueles que tem capacidade de comunicação par que todos nós possamos usufruir duma melhor imagem.

A.C.

 

 

 


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